quinta-feira, 14 de setembro de 2017

As Estranhas e Belas Mágoas de Ava Lavender, de Leslye Walton

As Estranhas e Belas Mágoas de Ava LavenderAutora: Leslye Walton
Título Original: The Strange and Beautiful Sorrows of Ava Lavender
Editora: Novo Conceito
É bom?: 
★★
Páginas: 304

Sinopse: 
Gerações da família Roux aprenderam essa lição da maneira mais difícil. Os amores tolos parecem, de fato, ser transmitidos por herança aos membros da família, o que determina um destino ameaçador para os descendentes mais jovens: os gêmeos Ava e Henry Lavender. Henry passou boa parte de sua mocidade sem falar, enquanto Ava - que em todos os outros aspectos parece ser uma jovem normal - nasceu com asas de pássaro. Tentando compreender sua constituição tão peculiar e, ao mesmo tempo, desejando ardentemente se adaptar aos seus pares, a jovem Ava, aos 16 anos, decide revolver o passado de sua família e se aventura em um mundo muito maior, despreparada para o que ela iria descobrir e ingênua diante dos motivos distorcidos das demais pessoas. Pessoas como Nathaniel Sorrows, que confunde Ava com um anjo e cuja obsessão por ela cresce mais e mais até a noite da celebração do solstício de verão. Nessa noite, os céus se abrem, a chuva e as penas enchem o ar, enquanto a jornada de Ava e a saga de sua família caminham para um desenlace sombrio e emocionante.



"Para muitos, eu era um mito encarnado, a personificação de uma lenda magnífica, um conto de fadas. Alguns me consideravam um monstro, uma mutação. Para meu infortúnio, certa vez fui confundida com um anjo. Para minha mãe, eu era tudo. Para meu pai, absolutamente nada. Para minha avó eu era um lembrete diário de amores há muito tempo perdidos. Mas eu sabia a verdade - no fundo, sempre soubera.

Eu era apenas uma menina".

Como sequer posso resenhar este livro? 

Meu professor de literatura portuguesa sempre diz que a melhor forma de entender um livro é lendo-o diretamente: resenhas e análises são supérfluas, só o livro pode te contar algo verdadeiro sobre ele. Sempre achei isso besteira, adoro escrever e ler resenhas e até me divirto ao ler análises literárias mais complexas. Acho interessante. A questão é que, pensando em As Estranhas e Belas Mágoas de Ava Lavender, realmente é difícil falar sobre este livro sem tirar um pouco de sua magia. Já peço desculpas de forma adiantada!

AEEBMDAL é um livro do gênero realismo mágico, gênero este popular através de livros de escritores como Gabriel Garcia Marquez e Italo Calvino. Pode parecer inusitado afirmar isso, mas acredito que Leslye Walton conseguiu escrever uma obra digna de ficar lado a lado na prateleira destes mestres. Como o título sugere, este é um livro estranho e belo.

Ava Lavender nasceu com asas. Essa sempre foi uma constante na sua vida, uma vida simples, com acontecimentos ao mesmo tempo comuns e fantásticos. Antes mesmo de Ava nascer sua família já convivia com o mágico e o mundano se sobrepondo constantemente. O livro começa muito antes do nascimento de Ava, com seus bisavós que saíram da França procurando uma vida melhor em Manhattan, e passando pela história de sua avó Emilienne e seus irmãos até chegar a sua mãe e, por fim, a ela mesma.

O livro é um épico - ainda que com apenas trezentas páginas - sobre família, amizade e amor - principalmente, trata da forma como amamos e deixamos de amar as pessoas. É um livro sobre juventude perdida e sobre os pequenos detalhes da vida que tornam nossa existência única. Mesmo com a atmosfera mágica, o livro parece tão real e honesto! Talvez por causa de suas personagens: a autora nos introduz a dezenas de personagens diferentes, e todas elas tem personalidades redondas e histórias de vida relevantes - nenhuma das personagens sobrecarrega o roteiro, pelo contrário! As personagens são comos fios narrativos que, no final, formam um bordado intrincado e belo.

É um livro sobre decisões ruins e inocência, um livro coming-of-age diferente e, principalmente, um livro sobre relacionamentos. É uma história relativamente curta no papel, mas que escapa dele facilmente e se incrementa na vida do leitor. É um épico tragicômico, um drama sem papéis definidos, uma poesia em forma de prosa.

Put* merd*, que livro do caralh*!!

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