segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Quinze Dias, de Vítor Martins


OOOooooolar pessoinhas, tudo bom com vocês?

Hoje trago uma singela resenha do livro Quinze Dias, do maravilhoso e divertido Vítor Martins. Espero que gostem! Se você tiver qualquer dúvida, comentário ou sugestão, não hesite em deixar um comentário neste vídeo!




[Insira aqui aquele vídeo da Lady Gaga fazendo elogios]

Eu estava no ponto de ônibus e muito entediada, então peguei meu celular e abri o app do Kindle para ler algo. Já tinha terminado um e-book no dia anterior e queria começar um novo. Sem saber o que eu estava fazendo, abri Quinze Dias e comecei a ler. Menos de 24 horas depois eu tinha terminado o livro e estava chorando de emoção na sala de casa.

Quinze Dias é um livro importante. É mais do que um YA LGBT+. É mais do que um livro adolescente com romance fofinho. É uma história poderosa, com personagens fortes, temas muito relevantes e, como se não bastasse, é um livro hilário. Sério, olharam estranho para mim rindo alto no ônibus uma boa dezena de vezes.

O livro conta a história de Felipe, um garoto adolescente que é gordo e gay. Ele sempre sofreu bullying na escola por ser gordo, por isso está muito feliz por estar entrando de férias. Agora ele poderá ficar moscando em casa por dias, sem se preocupar com nada. Infelizmente, seus planos vão por água abaixo quando sua mãe concorda em hospedar um garoto que mora no mesmo prédio cujos pais estão indo viajar por quinze dias. Pior: esse garoto, Caio, é a paixão platônica de Felipe desde que ele é criança.

Felipe e Caio não se dão muito bem a princípio, apesar de estarem tentando fazer amizade um com o outro. Mas 15 dias são 360 horas, e muita coisa por acontecer nesse tempo. Durante essas duas semanas conhecemos bem a mãe de Felipe (eu amo essa mulher), Caio e suas amigas Beca e Mel, a psicóloga do Felipe e Dudu, uma criança que tem aulas de arte com a mãe de Felipe. Só personagens espetaculares.

Felipe tem muitos problemas com auto-imagem e auto estima, e o autor soube trabalhar muito bem esse tema, colocando uma personagem que tenta se aceitar e falha (Felipe) e outra que se aceita, mas sofre por isso (Beca). A questão da homossexualidade foi espetacularmente bem abordada, pois temos quatro personagens LGBT+ nesse livro e todas são únicas e tiveram vivências diferentes. Aliás, adorei a parte em que Mel diz ter namorado um rapaz antes de namorar Beca e Felipe fica confuso. Ainda existe muita bifobia dentro da comunidade LGBT+, e gostei do autor ter abordado isso de forma leve e divertida. 

Esse livro foi lindo demais. Eu estou convencida de que eu e Felipe somos exatamente a mesma pessoa, e posso provar: somos gays, gordos, odiamos cheetos sabor requeijão, sabemos piadas de episódios específicos de friends e não temos crushs em gente hétero, pois já sofremos o suficiente e não precisamos disso também. Mas, brincadeiras à parte, Felipe é uma personagem muito relatable e genuína, um excelente protagonista. Sua jornada de 15 dias consiste nele tentando fazer amizades e aprender a se aceitar. Claro que 15 dias não curam uma vida de gordofobia e homofobia, mas em nesse tempo Felipe aprende muita, muita coisa. E eu, que li esse livro em apenas um dia, aprendi bastante também.

Alguns quotes excelentes:

“E, para ser sincero, acho que se o Caio fosse hétero eu não sentiria essa paixão toda por ele. Eu gosto de garotos que são claramente gays porque eu sou claramente gay e sonho com alguém que possa ser claramente gay junto comigo. O tipo hétero não me atrai muito”.

“Eu geralmente sou só uma consequência na vida dos outros. Nunca uma escolha”.

“Eu já assisti a comédias românticas e freqüentei a terapia por dentro demais para saber que minha felicidade não pode depender de outra pessoa. Mas ainda assim eu queria ter alguém que me chamasse de Vida e me convencesse a entrar na piscina e dissesse que me ama baixinho, de um jeito que só dá pra ouvir bem de perto”.

“Quando eu tinha oito anos minhas tias já insistiam em me colocar numa dieta. Quando você é mulher, ser gorda nunca é fofo. Você precisa ser sempre magra”.

“Às vezes eu olho a tela do celular de quem senta do meu lado no ônibus e julgo mentalmente se o papel de parede for uma foto da própria pessoa”.

“É difícil acreditar que alguém realmente gosta de você quando você passa a vida escutando que é um gordo nojento. É difícil acreditar que você pode ser feliz com alguém quando você passa a vida escutando que ser gay é errado e seu destino é queimar no inferno”.

“Acho que eu sempre me mantive tão ocupado tentando não ficar mal, que eu acabei esquecendo de tentar ficar bem”.

UM RECADO PARA O AUTOR, CASO UM DIA ELE LEIA ESSA RESENHA: Não existem músicas ruins do Linkin Park. Eu retiraria essa falácia do livro em caso de reedição.

Enfim, brincadeiras á parte, espero que tenham gostado da resenha e sintam vontade de ler o livro. Até o próximo post, seus lindos!


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