Eu nunca fui hater de nada, mas eu sempre tive o pensamento de que, se eu não gostei de algo na primeira vez, provavelmente não vou gostar na segunda e é melhor esquecer essa dita coisa para sempre.
Recentemente eu aprendi a dar segundas chances às coisas, mas poderia ter aprendido isso muito antes.
Quando eu tinha meus 12-13 anos, uma das minhas amigas fazia teatro e me convidou para participar das aulas com ela. Era num espaço especial que abriam para a gente debaixo da biblioteca municipal, tínhamos atividades, figurinos, essas coisas. Infelizmente, no ano em que eu fiz, muita coisa deu errado e não conseguimos fazer nenhuma peça. Depois de ir a algumas reuniões eu fiquei frustrada, pois nada dava certo, a peça que tentamos fazer era legal, mas não fluia, e acabei largando mão.
Um tempo depois, com 15 anos, fiz teatro de novo. Foi legal, com um professor diferente e melhor, mas não fizemos apresentação nenhuma, ficamos apenas nas atividades de articulação de voz e corpo, e isso também me frustrou um pouco.
Eis que, quando eu tinha 17 anos, minha professora de matemática (que não tinha nada a ver com teatro), Sanda Diva Forster, pediu que eu escrevesse um sobre Albert Einstein. Ela sempre soube que eu gostava de escrever e decidiu me dar essa oportunidade: escrever uma peça para ser vista por toda a escola, alunos e pais, no teatro da cidade. Demorei para para escrever, mas a peça ficou bem legal. O problema é que ficou muito grande, cheia de personagens, e foi difícil fazer com que desse certo. O elenco tinha 20 pessoas, duas horas de peça, e ensaiávamos todos os dias por duas horas depois da escola.
Não foi fácil, muitas pessoas desistiram, tive que assumir um papel (eu era apenas diretora a princípio), mas tudo deu certo, a apresentação foi demais, e eu até hoje sinto vontade de fazer teatro de novo.
O dia da apresentação foi um dos melhores dias da minha vida. Eu era o fantasma de Albert Einstein. |
Isso também aconteceu com livros. Houveram vários livros que eu odiei na primeira leitura, mas amei na segunda, como Clube da Luta, Marina, O Iluminado e Sherlock Holmes. Mas quero falar aqui de As Crônicas de Gelo e Fogo.
Ganhei o primeiro livro da minha tia quando tinha 14 anos. Lembro que comecei a leitura super empolgada, li umas 150 páginas até decidir que o livro não era para mim. Pensei comigo mesma que não gostava de alta fantasia e jamais leria o dito cujo.
Quando eu tinha meus 15 anos, meu irmão estava comprando um jogo na Submarino. Eu estava do lado dele e vi que os cinco livros de As Crônicas de Gelo e Fogo estavam 60 reais, um preço ótimo pra edição normal, com orelhas, tamanho grande e páginas de papel pólen. Disse pra ele que estava num preço bom, ele por algum motivo achou que eu queria comprar (????) e comprou, sem me avisar. Só fiquei sabendo no dia em que os livros chegaram. Acabei pagando os 60 reais, fiquei com um livro repetido, e simplesmente não me esforcei para ler.
Eis que, ano passado, eu com meus 18 anos, decidi de uma vez por todas ler A Guerra dos Tronos. Li e achei demais, prossegui lendo os livros seguintes e fui me apaixonando pela história a cada página. Eu lia vários livros ao mesmo tempo que eles, e demorei mais de um ano para ler os cinco, mas eu adorei a leitura, amei os cinco livros, assisti o seriado e amei também, e por fim decidi que faria meu TCC baseado nos livros. Ah, as segundas chances...
Até fiz um texto, toda emocionada, quando terminei de ler os cinco livros. |
Já dei segundas chances para muitas coisas, desde bandas e seriados até comidas e pessoas. O ponto desse post é que coisas das quais não gostamos a princípio podem se tornar muito importantes para nós no futuro.
Fazer a peça do Einstein foi a melhor coisa da minha vida. Meu sonho é ser escritora, e escrever a peça me deu experiência, ensaiar foi incrível e apresentar foi a melhor coisa que me aconteceu. Ver pessoas rindo e se divertindo com algo que eu produzi foi impagável. Jamais esquecerei esse dia.
Ler As Crônicas de Gelo e Fogo foi, além de divertido e triste e muito louco, minha inspiração para o início da minha vida acadêmica. Realmente espero poder ler logo Os Ventos de Inverno.
Só queria deixar essa reflexão aqui :3
Os Volturi não dão segundas chances, os Volturi são cuzões. |
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