Eu, Você e a Garota que Vai Morrer, de Jesse Andrews

Autor: Jesse Andrews

Título original: Me And Earl And the Dying Girl
Editora: Rocco Fábrica 231
É bom?: ★★★★★ 
Páginas: 288

Sinopse: Livro que deu origem ao filme vencedor do Festival Sundance 2015, nas categorias Público e Crítica, com estreia marcada para 12 de junho nos EUA, Eu, você e a garota que vai morrer é uma mistura perfeita entre drama e humor e um retrato preciso da adolescência em face do amadurecimento. Na trama, Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade. Crossover com enorme potencial no segmento young adult, o romance é perfeito para fãs de livros e filmes como A culpa é das estrelas e As vantagens de ser invisível.

ESSA RESENHA CONTÉM SPOILERS

Eu odeio fazer resenhas negativas por que geralmente o motivo de você não ter gostado de um livro está intimamente ligado a você, o leitor, não ao livro. Por exemplo, se você não é fã de ficção científica mas acaba lendo um livro de ficção científica e não gostando, não é por que o livro é ruim, mas sim por que não é o tipo de leitura para você. O mesmo livro pode ser o favorito de outra pessoa, enquanto seu livro favorito não faz o tipo de outros leitores. Você entendeu.

É claro que existem livros ruins, livros mal escritos, livros que são plágios mal feitos de outros, livros chatos etc. Não é o caso de Eu, Você e a Garota que Vai Morrer. Tenho certeza que algumas pessoas poderão gostar muito deste livro, mas não foi meu caso. Mesmo que minha opinião não seja universal, vou compartilhar ela com você.

O livro conta a história de Greg, um garoto no final do ensino médio que faz todo o esforço possível para não se destacar em nada e nem ter amizade com ninguém. Ele não quer fazer parte de nenhum grupinho, mas quer virtualmente conhecer e ser "amigo" de todas as pessoas em todos os grupos. Greg tem um único amigo mais próximo, Earl, que tem a mesma idade que ele mas vive numa família disfuncional e tem uns problemas com raiva e drogas. A vida de Greg se resume a ir à escola, sair com Earl e fazer uns filmes caseiros que ele julga péssimos.

Até que escolheram atores parecidos para a adaptação.

Eu gostei do início do livro, e eu acredito que tenha sido por que a história não começa de verdade no início. Nas primeiras páginas do livro, Greg fala sobre sua - falta de - experiência com garotas, fala sobre sua família e as coisas estranhas que eles fazem e fala sobre os filmes que produziu com Earl. É engraçado, é descompromissado, é divertido.

Eis que a história realmente começa, a mãe de Greg diz que uma menina que ele conhecia da escola judaica, Rachel, está com leucemia. Ela quer que Greg seja amigo de Rachel, para que a menina não se sinta sozinha. Depois disso, o livro é uma montanha russa que só desce, mas te deixa enjoado da mesma forma.

Tenho a impressão que Rachel não serviu para nada durante o livro todo, pois a personagem dela não tem personalidade, o autor não explora nada de interessante que tenha a ver com ela. Toda vez, literalmente toda vez que a Rachel aparece no livro, o Greg começa a falar alguma besteira sobre se masturbar com almofadas e vômito de alienígena e ele fala MUITA coisa sem sentido que não é nem engraçada, é só deprimente. Sabe quando você vê duas pessoas sem assunto nenhum se esforçando para conversar, mas aquilo só parece ridículo e você espera que tudo acabe logo? É exatamente isso. Toda hora. 

Capa do DVD.

Earl é o único personagem realmente interessante, mas eu não gostei da forma racista - sim - que o autor tratou ele. Pode falar que é coisa da minha cabeça, mas por que justamente a família do único personagem negro tem que ser extremamente disfuncional e estar envolvida com tráfico de drogas? Por que Earl é obrigado a desistir de ser cineasta para cuidar da mãe e dos irmãos, e Greg tem o privilégio de desistir de ser cineasta só por que ele é vagabundo e não faz nada direito com a própria vida? 

Sinceramente, depois da metade do livro, a história ficou chata. Enfadonha. Eu mal via a hora do livro acabar. Eu só terminei de ler por que o livro era curtinho e eu estava presa no trabalho sem nada mais para fazer.

Para finalizar, queria chamar atenção para uma fala do Greg no final do livro, depois que a Rachel tinha morrido, ele estava quase repetindo de ano e Earl estava afastado dele. Greg briga com sua mãe por ela ter feito o filme que Greg fez para Rachel passar no auditório da escola. Greg não queria que ninguém visse seus filmes pois não os achava bom o suficiente, e sei que a mãe dele ter mostrado o filme para todo mundo só piorou a situação dele. Enfim, depois disso a mãe dele tenta falar que o filme era criativo, que ninguém entendeu, e Greg grita com a mãe, falando que o filme era péssimo e ridículo e se ninguém tinha entendido é por que ele não soube fazer um filme decente, e dizer que é criativo ou diferente não muda o fato de que é péssimo. É basicamente a MINHA, EXCLUSIVAMENTE MINHA opinião sobre este livro: podem dizer que foi criativo e diferente de tudo, podem me dizer que eu não entendi a história, mas a verdade é que o livro foi péssimo e ponto final.

Me disseram que o filme é melhor que o livro,
eu espero que seja verdade.