Primeiramente, mando meus agradecimentos ao maravilhoso e gacthéssemo Fabio Brust por ter incluído meu muito tosco blog no book tour de sua obra prima.
O livro Agora eu Morro se passa numa época não tão distante - o ano de 2033. Lá a água potável é escassa e a comida é muito rara. Depois de grandes brigas e discussões com a Alemanha (que tinha um reservatório significativo de água em seu território, tal qual não tinha a pretensão de dividir com o resto do mundo), uma bomba é jogada no país mais bêbado do mundo e eis que os humanos afetados pela radiação e pela falta da água simplesmente sofrem estranhas mutações, virando o que chamam de Sedentos.
A sociedade entra em colapso com a falta de recurso e, quem não morre, vira sedento.
Liel é um homem mexicano que foi parar na prisão por ter tentando assassinar o presidente americano. Liel é religioso e muito cabeça dura.
Yuma é uma japonesa estudante que veio morar no lado ocidental do mundo com os pais. Porém depois de um pequeno (ou não tão pequeno assim) incidente ela acaba por virar uma assassina inescrupulosa.
Char é uma clone, feita apenas para doar órgãos à mulher de sua imagem e semelhança. Porém com a morte da mesma ela é chutada do instituto no qual vivia e decide então viajar e conhecer o mundo - mesmo sabendo que os clones tem um "prazo de validade" mais curto que o dos humanos.
Imort - meu maravilhoso personagem predileto - é o que o nome sugere: um imortal.
Imort nasceu muito tempo antes de Cristo na cidade de Cartago. Virou um imortal numa história muito bem bolada é muito emocionante que não posso contar, pois é spoiler, mas é legal, eu garanto.
Imort, ao contrário de seus companheiros, quem tentam desesperadamente sobreviver ao maior e mais trágico colapso da humanidade, tenta se matar. Ele já viveu mais de 2000 anos e não suporta mais estar no seu estado perpétuo de imortal. Imort pode se ferir, ingerir veneno, pode tentar o que quiser, porém ele é incapaz de morrer.
Ele não se julga humano pelo fato de não morrer, porém achei que ele foi o personagem mais humano do livro. Egocêntrico, sarcástico, impulsivo, violento, controlador; esses são os melhores adjetivos para o personagem principal desse livro. Egocêntrico, pois, ao mesmo tempo que tenta ajudar os humanos sobreviventes a perpetuarem a espécie, ele que em troca que ajudem-no se matar. Sarcástico, pois mesmo sendo dócil com Char, vira outra pessoa quando enfrenta Liel e seu fanatismo religioso. Impulsivo, já que todos os acontecimentos requerem uma reação rápida e nem sempre bem pensada de sua parte. Violento, um rapaz nascido no meio de uma guerra, que viveu e tornou-se imortal apenas para lutar contra sua vontade. Controlador por sempre tentar persuadir as pessoas a obedecerem as suas decisões.
Porém Imort não é mau. Imort é uma boa pessoa, com um bom coração.
Eu esperava algo mais sério da parte de Fabio Brust, já que seu blog é um grande baú de asneiras hilariantes. O livro é sério, é trágico; trata a vida de forma real, de forma dura. De um lado a vontade de viver, e do outro a vontade de morrer. Porém o livro é engraçado. Em certas partes Imort trata a situação como um carnaval, algo comum, e que ele já esperava.
Imort conhece Char. Imort já conhecia Liel. Imort encontra Yuma. Imort reencontra Liel.
Juntos, os quatro são conduzidos até Dubai, onde há uma dessalinizadora e um número considerável de sobreviventes. No meio do caminho, histórias, surpresas, tristeza.
É um dos melhores livros que já li, sem nenhum tipo de exagero.
A trama é bonita, eu me peguei chorando diversas vezes. Não fiquei com raiva do autor nenhuma vez. Afinal, todas as escolhas que ele tomou em relação ao rumo da história foram necessárias, e não poderia ter sido de outra forma. Mesmo sendo cruel algumas vezes, eu não posso deixar de amar o livro e a Imort da mesma maneira. Mesmo quando as esperanças e os últimos motivos para viver se vão ao vento (quem já leu sabe do que estou falando).
Vou parando por aqui, já que depois disso é só spoiler. O livro não decepcionou em nada. Recomendo para todos os jovens acima de 14 anos querendo um bom desafio literário.
Vou sentir falta desse livro. Quem sabe eu não compro um exemplar, também?
“Como você pode ter se esquecido dos nomes de seus pais?” ela perguntou, tentando outra vez parecer falar daquilo num tom casual.
“O tempo faz com que diversas coisas sejam esquecidas. As menos importantes” eu disse.
“Mas os nomes?”.
“O que você faria se eu esquecesse se nome depois de você morrer?” perguntei secamente. Pareceu indignada no começo, mas calada depois. Era apenas uma deixa para mostrar-lhe a verdade.
Quando ela começou a falar, eu a interrompi:
“Nada, por que você estaria morta” eu disse “Mas o que faria se eu esquecesse os momentos que passei com você? Os maravilhosos momentos que passamos juntos, ajudando um ao outro a superar obstáculos?”.
“Voltaria dos mortos para te pegar” ela brincou, sorrindo.
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“Dizem que quando um bebê nasce, suas células começam a morrer. Ou seja, quando você nasceu, começou a morrer. Conforme os segundos passam, você morre aos poucos. Esse processo demorava menos tempo antigamente; agora você vai demorar algum tempo ainda para cair duro e ser enterrado em uma cova ou cremado e ter suas cinzas jogadas no mar ou colocadas dentro de um vaso ridículo, cheio de floreados”.
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“As pessoas vinham em mutirões” eu disse “Dizia-se que ainda não havia chegado a hora. Será que agora ela finalmente chegou?”.
“Acho que sim” disse Liel “Acho que finalmente chegou. A hora em que devemos salvar o mundo. Mesmo que falando assim, pareça épico demais, como em um livro barato”.
Concordamos e continuamos caminhando.
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Como sou uma boa pessoa, mandei um marca-páginas de um livro de um autor da minha cidade pro Fabio Brust.
O cara é um gênio, se tiverem o prazer de ler o livro ele, As VII Mona Lisas, aproveitem.
Beijos galerinha, até o próximo post!
Esse livro parece um belo mix de personagem né. Já havia visto algumas coisas com essa temática, e alguns personagem tbm me pareceram familiares...
ResponderExcluirMas o que importa é a historia né (Tá, os personagens tbm XD). E pelo o que vc falou Nath, parece incrível. Sinceramente fiquei interessada pelo livro.
A capa apesar de ser simples, é bem sugestiva. Gostei dela, porque afinal das contas, as maiores belezas então não coisas mais simples não...
Vc colocando esses trechinho só fez aumentar a minha curiosidade. Aíaí... Tô vendo que vou precisar quebrar o meu porquinho novamente XD
BJ!
-Amigas Entre Livros-
Olá!
ResponderExcluirConhecendo seu blog agora, e adorei!!
Não conhecia esse livro, e pela sua resenha achei bem interessante. O nome dos personagens são bem criativos.
Fiquei curiosa!!!
beijos e uma ótima sexta
Nana - Obsession Valley
Pabline: É, os personagens são demais, um dos pontos mais fortes do livro! Eu achei a capa muito parecida com as de HoN no Brasil, mas essa gota é mais bonita que qualquer desenho que a Novo Século meta nas capas.
ResponderExcluirHEHE', o livro nem é caro!
Nana: Obrigado por visitar!
Também achei criativos ^^
Ótima sexta pra ti tbm ^^