quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Lenda de Ruff Ghanor - Leonel Caldela

A Lenda de Ruff GhanorAutor: Leonel Caldela
Editora: Nerd Books
É bom?: ★★★★★
Páginas: 320

Sinopse: Nos confins de uma terra governada pelo dragão Zamir, ergue-se um mosteiro. Um garoto selvagem, dotado de poderes misteriosos, é encontrado pelos monges. Seu nome é Ruff Ghanor. Treinado desde cedo pelo rigoroso prior, Ruff se encaminha para derrotar o tirano. Ruff enfrenta as forças de Zamir e precisa liderar seu povo no combate. Contudo, antes de vencer o dragão, ele descobrirá segredos sobre si mesmo e seu mundo.






Eu conheci A Lenda de Ruff Ghanor através do Nerdcast #345: Criação de Mundos, onde tem dois trechos do livro que são lidos no formato de audiobook. Quando terminei de ouvir o Nerdcast, meus olhos estavam brilhando de emoção, por que foi um áudio muito bem feito (ótimas vozes, efeitos sonoros etc.) e eu estava morrendo de vontade de ler o livro. 

Agora que já terminei de ler o livro, tenho vários sentimentos controversos para com ele. Primeiramente, eu gostei muito da história. O universo criado, mesmo sendo baseado em um universo de RPG simples, ficou bem bacana. Eu gostei do desenvolvimento da história, da narrativa do autor, e gostei bastante de vários personagens que ele criou. Mas eu também identifiquei alguns problemas na história que podem ser ou não apenas minha opinião:

O livro tem orelhas, páginas amarelas e ótima diagramação!

Os espaços de tempo: Ruff é encontrado na caverna ainda criança e vai crescendo no mosteiro ao longo do livro. Algumas partes do livro ele tem 10 anos, outras tem 15, e assim ele vai crescendo. A pesar de ter sido necessário haver esses espaços de tempo, em alguns momentos eles ficavam estranhos e o autor esquecia de nos situar. Na verdade, o problema é que o autor focava demais na linha do tempo de Ruff e esquecia de nos situar na linha do tempo de outros personagens, como Korin, por exemplo.

A predestinação de Ruff: Ruff Ghanor é o escolhido pelos deuses para derrotar o dragão Zamir. Okay, descobrimos isso logo nas primeiras páginas. Desde o começo a predestinação dele foi jogada na nossa cara e a gente tinha que ver personagens morrendo pelo crescimento do Ruff, batalhas acontecendo pelo crescimento do Ruff etc. Acho que teria feito mais sentido o Ruff ter se mostrado especial ao longo do tempo, não já saber que era especial e ir buscando provar isso pra ele mesmo.


Como todo om livro fantástico, este tem vários mapas *-*

Coisas convenientes até demais (Deus ex machina): os conhecimentos do prior, o anão que ajuda Ruff, alguns poderes do Ruff, etc. Não quero dar muitos spoilers, mas quem já leu vai entender do que estou falando.

Personagens não muito bem desenvolvidos: Vários personagens do livro tem ótimo desenvolvimento e ótimas backstories, mas outros ficaram apenas como personagens rasas. Às vezes um personagem era bem desenvolvido e não tinha backstory, ou tinha backstory e não era desenvolvido. Nada que não dê para consertar na continuação, mas queria comentar isso.

O romance: Não gostei muito do romance apresentado pelo autor. Parecia artificial demais... Na verdade, parecia fora do lugar. Acho até que teria sido melhor apresentar o romance como platônico, a pesar de eu ter entendido as pretensões do autor ao terminar de ler o livro...


Visite o site do autor õ/

Considerações finais: Gostei muito do livro! Foi uma ótima história, mas não foi perfeita. Acredito que todos os defeitos que eu mencionei podem ser consertados pelo autor nas continuações da história. A Lenda de Ruff Ghanor tem muito potencial e Leonel Caldela é um ótimo narrador, e mesmo eu tendo achado algumas coisas estranhas na história, sua narrativa nunca ficava chata ou desconexa. Pontos positivos que eu encontrei:

As cenas de batalha: O livro teve várias cenas de batalha, e em todas elas eu me sentia praticamente no meio do exército! O jeito como o autor descreve as lutas faz você visualizar tudo perfeitamente, não ficar perdido (como ocorre com outros livros do gênero).

As discussões metafísicas: O livro tem várias indagações pertinentes quanto à vida, o universo e tudo mais. Ruff e o prior, principalmente, discutem muito sobre o destino, bem e mal e sobre os deuses.

Amizade: há vários exemplos de amizades exemplares em A Lenda de Ruff Ghanor, mas a minha predileta é a de Ruff e Korin. Os dois são praticamente irmãos, Korin é um personagem hilário e incrivelmente leal. Os dois lutam lado a lado, viajam lado a lado e se precisar, morreriam lado a lado. Tem coisa melhor?

Ruff é um ótimo protagonista: a pesar de eu não ser fã da predestinação do Ruff, eu gosto dele como personagem. Ele é determinado, tem um grande senso de justiça e quer salvar os fracos e oprimidos. Mas, ao mesmo tempo, ele não é um escoteiro bobão, e tem uma personalidade forte. Ruff para presidente!

É isso por hoje, galera! Vamos dar a chance que a literatura fantástica nacional merece! Aguardo ansiosamente pelas continuações da saga de Ruff Ghanor e seus amigos =D

Como assim, você ainda não leu?!?!

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