sábado, 20 de outubro de 2018

A creepypasta que originou THE DREAM DOOR, a nova temporada de Channel Zero

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Olá galeres, tudo bom?

Eu queria trazer algo diferente para o Outubro do Terror 2018, então decidi traduzir e fazer uma leitura dramática da história "I found a hidden door in my cellar, and I think I've made a big mistake", do usuário u/v0ids do fórum r/nosleep, no reddit. Você pode ler a história original em inglês aqui.


Sobre The Dream Door

Para quem não sabe, o reddit é um site de fóruns. Há milhares de fóruns sobre vários assuntos, e um dos mais populares é o r/nosleep. Neste fórum, os usuários compartilham histórias, contos e relatos envolvendo fantasmas, espíritos, demônios e afins. É claro que as histórias são falsas, e a maioria é escrita por escritores amadores (muito talentosos!), mas uma das regras do fórum é que os membros tem que fingir que as histórias são reais, sem questionar furos ou apontar defeitos.

Essa história é uma das mais aclamadas do fórum, e o canal SyFy inspirou a quarta temporada de Channel Zero, uma antologia de terror, nesse conto. Anteriormente, a série já adaptara as creepypastas Candle Cove e A Casa Sem Fim, bem como outra série de postagens do r/nosleep, chamada "Search and Rescue in the Woods", que originou a terceira temporada. A nova temporada se chama The Dream Door, segue o trailer:


Não encontrei a história original traduzida para o português, por isso decidi fazer minha própria tradução. Essa história não pertence a mim, mas a tradução é minha. Segue a versão em texto:



Eu encontrei uma porta escondida no meu porão, e acho que cometi um grande erro
Original de u/v0ids, tradução de Nathália Lambert

         Minha esposa e eu vivemos na nossa casa por mais ou menos cinco anos, e durante todo esse tempo nós descemos para o nosso porão um punhado de vezes. Nossa casa é num estilo vitoriano antigo, e o porão é frio e úmido. Assim que nos mudamos nós guardávamos vinho e algumas bugigangas lá embaixo (isso por que minha esposa gostava da ideia de dizer para as pessoas que tínhamos uma “sala de vinhos”), mas era irritante ter que descer para o porão o tempo todo, então paramos de usá-lo assim. Apenas nós dois vivemos aqui, então não precisávamos realmente de um espaço extra.
         Algumas semanas atrás nos decidimos renovar o porão, talvez transformá-lo numa pequena academia ou algo do tipo. Então, no fim de semana, nós descemos e começamos a limpar tudo. O chão do porão é de pedra, mas as paredes eram cobertas de um papel de parede floral horroroso. Parecia velho para caramba, então nós concluímos que devia ter sido colocado ali décadas atrás. Começamos a remover o papel de parede, e foi então que encontramos a porta.
         Coberta pelo papel de parede, a porta parecia estar quase dentro da parede. Era de madeira simples, alguém havia removido a maçaneta, dando a impressão de ser uma superfície reta. Ficamos perplexos, pois nunca havíamos reparado na porta antes. Ela se misturava muito bem com o resto da parede. Nós estávamos bastante empolgados por termos encontrado uma porta secreta, então não reparamos em como a situação era estranha.
         Todas as casas da nossa rua tinham porões, então eu achei que aquela porta provavelmente levaria para a porta escondida do porão da casa ao lado. Minha esposa e eu decidimos ir conversar com nossos vizinhos de manhã e contar para eles sobre a porta, sugerindo que a bloqueássemos com tijolos ou algo do tipo (eu não me sentia muito confortável sabendo que as pessoas poderiam ter acesso à nossa casa por ali).
         Minha esposa tentou olhar pelo buraco deixado pela remoção da maçaneta, mas a escuridão era total do outro lado. Nós somos intrometidos, então usamos a lanterna do celular dela para dar uma espiada do outro lado. Minha esposa olhou primeiro. Ela ficou subitamente paralisada.
         “Essa porta não dá no porão da casa ao lado” ela disse lentamente, se afastando da porta. Franzi o cenho e peguei seu celular, decidindo checar o que havia do outro lado. Ao invés de ver um outro porão, havia uma escadaria de pedra, que descia. Não dava para ver muito longe apenas com a luz do celular, então eu trouxe meu farolete e conseguir abrir a porta.
         Olhamos para a parte baixa da escada com a luz do farolete. A escadaria era breve, e no final dela havia outra porta. Essa parecia muito velha, com painéis de madeira unidos por colunas de metal. Até tinha uma alça circular.
         A existência dessa escada e dessa porta não fazia sentido. Mesmo descendo, o começo dessa escadaria ainda deveria dar no porão da casa ao lado. Já estivemos no porão dos vizinhos para uns drinks antes. O porão deles era uma sala de jogos, com um bar e uma mesa de bilhar. Eu nunca percebi uma saliência que pudesse esconder essa escadaria, e não acho que o porão deles seja menor que o nosso.
         Minha esposa achou que deveríamos falar com os vizinhos antes de abrir a porta, mas eu estava cheio de curiosidade. Então, empunhando o farolete, desci as escadas. Tentei puxar a alça da porta, que estava muito rígida, mas me surpreendi quando a porta abriu facilmente. Joguei a luz da lanterna para dentro da porta. Do outro lado havia uma sala feita de concreto, bastante similar ao nosso porão, mas menor, com apenas uma entrada e saída, que era a própria porta que eu abrira.
         Sacudi o farolete e minha alma quase saiu do meu corpo. Vi um homem de pé na parede oposta à porta, de costas para mim. Estava completamente parado, usando um terno preto e um chapéu de bordas redondas. Ele estava parado de uma forma que me fez pensar que ele fosse um manequim, até que ele lentamente levantou um pé.
         Me virei, quase que voltando para as escadas, mas com a luz da lanterna nele. A luz era suficiente para iluminar seu corpo, mas o resto do quarto estava imerso nas sombras. Ele manteve o pé levantado para do ar, até lentamente dar um passo para trás, em minha direção. Seus movimentos não eram naturais, pareciam irregulares, como se ele não entendesse exatamente como se anda. Ele ficou assim por um momento, completamente parado, um pé para trás. Então levantou o outro pé com o mesmo movimento irregular. Desta vez, quando ele pisou, seu pé pareceu cair pesada e estrondosamente.
         O som me tirou do meu estado de choque, e eu pulei para trás. Assim que me movi, foi como se eu acordasse alguma coisa, e o homem subitamente começou a se mover rapidamente. Ele corria, andando para trás em minha direção, com as pernas se movendo de forma não natural. Escrevendo pode parecer engraçado, mas na hora foi a coisa mais aterrorizante que já vi. Eu nunca vira ninguém se mover daquela forma antes.
         Instintivamente joguei o farolete nele (talvez eu tenha pensado que poderia derrubá-lo ou algo assim. Eu sinceramente não sei o que pensei) e saí correndo escada acima, fechando a porta com força atrás de mim e voltando para o porão, fechando a porta dele também. Hesitei quando fechei a porta, segurando-a com o meu braço, tentando controlar minha respiração enquanto procurava entender o que eu havia presenciado.
         Ouvi o som da porta do porão se abrindo, e em seguida ouvi algo que parecia com o som de um amontoado de carne se arrastando pelo chão. Pensei ouvir uma espécie de chiado, um silvar, e nesse ponto eu corri para fora de casa, gritando por minha esposa. Ela estava do lado de fora, conversando com o nosso vizinho. Tomei-a pelo pulso e a puxei para o outro lado da estrada, gritando para que meu vizinho se afastasse da casa.
         Sem sequer esperar para explicar a eles o que eu vira, peguei meu celular e liguei para a polícia. Ficamos de pé no escuro, meu vizinho usando um roupão e chinelos, e todos olhávamos para a casa. Depois de alguns instantes, vi as luzes da cozinha, que eu deixara acesas, piscando. E então elas se apagaram completamente. Tudo que me lembro é que eu segurava a mão de minha esposa com força, olhando pelas janelas escuras e esperando que a polícia chegasse.
         Eles não encontraram ninguém na casa, mas a porta do porão estava aberta, bem como a porta dos fundos. Eles procuraram em nosso quintal, mas não acharam ninguém, nem mesmo pegadas ou sinais de presença humana.
         Trouxeram um time para checar a sala escondida que havíamos encontrado. Meu vizinho disse que não sabia da sala e que também não entendia como aquelas escadas e a sala poderiam existir, cabendo entre nossos porões. A polícia também não encontrou nenhuma explicação. Eu não queria voltar para lá nunca mais, então os policiais nos mostraram fotos das paredes da sala. O concreto estava marcado com símbolos, e eles encontraram o que parecia séculos e mais séculos de camadas de sangue seco. Eles enviaram os símbolos para o departamento de história da faculdade local, mas ninguém soube dizer o que eles significavam.
         O quarto foi selado, e nós nunca mais descemos para o porão. Acho que cometemos um grande erro naquele dia ao abrir aquela porta e entrar naquela sala. Acho que nós libertamos uma coisa naquele dia, algo que alguém havia trancado por um motivo, e eu não acho que aquilo seja uma coisa boa.
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Espero que gostem da história! Novamente, não é de minha autoria, eu apenas traduzi do inglês. Esse foi o primeiro vídeo nesse estilo de leitura dramática que fiz, então, por favor, me deem um feedback, com críticas ou sugestões para vídeos futuros.

Agradeço muito por assistirem ao vídeo. Um beijo, um queijo, e tenham um bom Outubro do Terror. Até o próximo post!


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