Salve salve, humanos! O que vocês me contam de bom?
Junho foi um mês cheio de acontecimentos contrastantes. Entre crises depressivas e uma oferta muito bem-vinda de um emprego na minha área, até que consegui ler bastante. Minha rotina mudou desde que comecei meu emprego novo como revisora textual, o que surpreendentemente me deu mais tempo para ler. Pego duas horas de ônibus todos os dias e consegui ler muita coisa desde que comecei a trabalhar. Além de que, às vezes, também fico pensando na vida e ouvindo uns tuts tuts marotos. It's a win for everybody.
Livros
O primeiro livro que li em junho foi um livro que eu já havia começado a ler em maio: Caçando Carneiros, do Harukão. Esse é o terceiro livro da Trilogia do Rato, cujos dois primeiros volumes foram publicados em uma só edição (Ouça a canção do vento/ Pinball, 1973 – popularmente conhecida como Wind/Pinball). Caçando Carneiros é bem diferente dos livros anteriores – o Murakami já estava muito mais maduro como escritor e o livro sai um pouco da pegada do coming of age para se focar num romance de suspense cheio de realismo mágico. Eu gostei muito do livro, apesar de ter demorado semanas para lê-lo. Mal posso esperar para ler Dance Dance Dance, a conclusão da trilogia de quatro livros. Falarei de todos os livros do Murakami no canal, seguindo o Desafio de Leitura do Haruki Murakami.
Em seguida li O Ódio que Você Semeia. O livro bombou um tempo atrás e está sendo adaptado para o cinema – e eu estou ansiosa para o filme, pois o livro é verdadeiramente bom. The Hate U Give – THUG – conta a história de Starr Carter, uma adolescente de 16 anos que vive num bairro perigoso no qual há brigas de gangue a torto e a direito, e a violência policial predomina. Apesar disso, seus pais trabalham duro para que ela e seus irmãos – Seven e Sekani – possam estudar numa escola particular para jovens ricos (e brancos).
Numa noite Starr decide ir a uma festa e lá ela reencontra um velho amigo de infância, Khalil. Os dois conversam sobre suas vidas até que uma briga tem início e eles precisam fugir dos tiros. Khalil coloca Starr em seu carro e vai leva-la para casa. No caminho, no entanto, um policial os para e, devido a um mau entendido, atira e mata Khalil. A partir disso Starr vive a realidade de ser uma sobrevivente da violência policial e a testemunha capaz de colocar o policial assassino na cadeia. Ao mesmo tempo, o bairro de Starr está explodindo com brigas de gangue a todo momento, e o assassinato de Khalil só piora a situação dos moradores do bairro.
Foi um livro incrível, cheio de personagens redondas e interessantes – toda a família de Starr é espetacular – mas, principalmente, foi uma leitura pesada sobre violência e racismo. Recomendo demais a leitura.
Foi um livro incrível, cheio de personagens redondas e interessantes – toda a família de Starr é espetacular – mas, principalmente, foi uma leitura pesada sobre violência e racismo. Recomendo demais a leitura.
Em junho também li o conto O Retorno de Hastur. Apesar de não ser um livro é um conto longo publicado individualmente. Faz parte do universo mitológico dos mitos de Chthulu, do H. P. Lovecraft. A história foi escrita por August Derleth, grande amigo e leitor de Lovecraft. O conto é narrado em primeira pessoa por um advogado responsável por cumprir o testamento de um homem muito rico. Em seu testamento o homem diz que seu sobrinho só poderá herdar sua riqueza depois que a mansão em que ele morava fosse destruída. Eis que julgam que o velho estava senil e que seu pedido não fazia sentido, por isso a mansão continua de pé e o sobrinho herda o dinheiro. Mas logo o sobrinho descobre um segredo terrível que reside nos alicerces da mansão, bem como um livro que deveria ter sido destruído junto com a casa: o Necronomicon. Foi um excelente conto de introdução ao universo Lovecraftiano - não muito assustador, mas excelentemente narrado.
Junho é o mês do orgulho LGBT+, por isso salvei a leitura de O Mau Exemplo de Cameron Post para esse mês. O livro segue a história de Cameron, uma adolescente que perde os pais cedo e, por causa da forte crença religiosa de sua família, passa a acreditar que a morte deles foi um castigo pela sua homossexualidade. Cameron sabe que é lésbica desde a infância e, mesmo com a lavagem cerebral que sofreu da igreja, se apaixona pela melhor amiga. Esse envolvimento, no entanto, é o que faz com que a família de Cameron a mande para uma escola religiosa que supostamente poderia curar sua homossexualidade. O livro é muito bom, com uma narrativa extremamente rica e personagens redondas e bem elaboradas. Eu coloquei o livro como favorito no skoob. Queria ter lido essa história quando eu era mais nova.
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E foi isso que eu li em junho. Se compararmos ao mês de maio, eu li muita coisa. Estou feliz com o emprego novo – no qual leio vários livros evangélicos, mas não se preocupem, não pretendo falar sobre eles aqui. Principalmente, estou feliz por estar de volta com um consistente ritmo de leitura.
Vocês já leram algum livro LGBT+? Gostam de livros de terror? Estão ansiosos pelo filme de O Ódio que Você Semeia? Deixe sua resposta nos comentários, e até o próximo post! =D
Eu tentando superar minha depressão.
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