Título Original: Sharp Objects
Editora: Intrínseca
É bom?: ★★★★★
Páginas: 254
Sinopse: Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível. Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida. Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.
Esse foi o segundo livro que li da Gillian Flynn. Li Garota Exemplar no meio do ano passado e tentei com todas as minhas forças não manter expectativas altas demais para com esse livro. Consegui. Comecei a leitura sem ter a menor ideia do desenrolar do livro (já sabia da grande reviravolta em Garota Exemplar, por exemplo, quando li o mesmo), e acredito que isso foi um fator decisivo em me fazer gostar de Objetos Cortantes
Objetos Cortantes tem ares óbvios de primeiro livro. Foi a primeira obra publicada da autora e, a pesar de já revelar o grande potencial que ela tinha, o livro também trás seus erros. Não vou falar dos erros aqui, pois são spoilers (clichês, absurdos usados para chocar, final corrido, etc.), mas quero que leia essa resenha com isso em mente: não é um livro perfeito.
O livro conta a história de Camille Preaker, uma jornalista mal sucedida que vive em Chicago. Ela trabalha num jornal insignificante, mora sozinha e, basicamente, não tem amigos nem vida social. A única pessoa que ela quase pode chamar de amigo é seu chefe, Curry. Curry acredita no potencial jornalístico de Camille, e por isso ele a manda para sua cidade natal, Wind Gap, com o objetivo de que ela faça uma matéria sobre um assassinato e um desaparecimento.
Camille não tem boas lembranças de Wind Gap. Sua infância é marcada pela morte da irmã doente, sua adolescência é marcada pela promiscuidade e sua família parece odiá-la. No entanto, desesperada para agradar seu chefe e, quem sabe, fazer algo decente na vida, Camille aceita a proposta.
Wind Gap, por si só, é quase uma personagem. É uma cidade com pouco mais de 2.000 habitantes, no estado do Missouri. É um lugar que colhe a herança racista de seus antepassados, da guerra civil americana. Todos na cidade se conhecem, e secretamente se odeiam. Há uma máscara de hospitalidade e bondade sobre todos, mas Camille consegue enxergar através dela. Nessa cidade, na qual se passa a maior parte do livro, Camille irá tentar investigar um assassinato misterioso: uma menina foi estrangulada e teve seus dentes arrancados; e um desaparecimento inesperado: uma garota de uma família nova na cidade simplesmente desapareceu. Além de tentar desvendar os mistérios do presente, Camille se envolverá numa trama que envolve seu passado, e terá que revisitar momentos obscuros da sua vida.
A melhor parte de Objetos Cortantes com certeza é a narrativa da Gillian Flynn. É quase algo que o Stephen King escreveria, mas de forma mais debochada, mais depressiva. A forma nojenta e desagradável com a qual ela narra sua história dá a tudo um clima perfeito para o que está acontecendo. Essa não é uma história sobre uma jornalista sexy, tentando desvendar um mistério interessante, não é um típico livro de suspense bestseller. É a história de uma jornalista deprimida investigando o que há de pior no lugar em que ela nasceu. É uma leitura nauseante, mas bem construída.
O mistério que envolve a narrativa é interessante e de tirar o fôlego. Todas as coisas mínimas que a Camille narra são necessárias, todos os acontecimentos são suspeitos, todas as personagens parecem culpadas. Ah, sim, as personagens desse livro são maravilhosas. Muito bem construídas, verossímeis, mas também desagradáveis., corruptas. Inclusive Camille.
É um livro desagradável, violento, bizarro. Mas é uma leitura interessante, que te prende, e é difícil abandonar o livro, seja para trabalhar ou dormir (vide: eu). Recomendo!
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