quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Dama da Meia-Noite, de Cassandra Clare

Dama da Meia-NoiteAutora: Cassandra Clare
Título original: Lady Midnight
Editora: Galera Record
É bom?: ★★
Páginas: 574
Sinopse: Em um mundo secreto onde guerreiros meio-anjo juraram lutar contra demônios, parabatai é uma palavra sagrada. O parabatai é o seu parceiro na batalha. O parabatai é seu melhor amigo. Parabatai pode ser tudo para o outro mas eles nunca podem se apaixonar. Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira. Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade? A magia e aventura das Crônicas dos Caçadres de Sombras tem capturado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo. Apaixone-se com Emma e seus amigos neste emocionante e de cortar o coração no volume que pretende deliciar tantos novos leitores como os fãs de longa data.



Uma coisa que eu posso afirmar com certeza é que a escrita da Cassandra Clare evoluiu muito desde seu primeiro livro, e cada história nova dela só se torna mais e mais interessante. Li Cidade dos Ossos assim que foi publicado nos EUA (li um daqueles e-books mal traduzidos da época do Orkut) e revisitar o mundo dos Caçadores de Sombras tem sido muito especial para mim a cada livro novo lançado nesse universo.

Cassandra Clare é uma figura muito controversa e, apesar de eu gostar dos livros dela, eu não gosto dela como pessoa e sei reconhecer os problemas que os primeiros livros dela (a série Os Instrumentos Mortais) tinham, desde fetiche com incesto/abuso sexual, o famoso clichê das garotas que odeiam/tem inveja umas das outras por motivos sexistas e por causa do tratamento ruim que ela dá aos personagens da comunidade LGBT+ e os POCs. Eu reconheço que ela cometeu muitos erros, alguns terríveis de fato, mas eu também reconheço que, a cada livro que ela publica, a Cassandra Clare tem sido capaz de corrigir seus erros e introduzir elementos mais saudáveis em sua história.


A família Blackthorn.
Dama da Meia-Noite já é o meu livro favorito de todo o universo dos Caçadores de Sombras. O livro conta a história de Emma Carstairs, que já apareceu em Cidade do Fogo Celestial. Em CDFC, Emma é apenas uma criança de 12 anos e, junto com outras crianças Caçadoras de Sombras, incluindo a família Blackthorn, está escondida no Salão dos Acordos em Alicante durante a Guerra Maligna. Eis que vários crepusculares comandados por Sebastian Morgenstern invadem o Salão dos Acordos, e várias tragédias acontecem: os pais de Emma morrem, o pai dos Blackthorn morre e Mark Blackthorn é levado pela Caçada Selvagem, por ser meio Caçador de Sombras, meio fada.

Cinco anos se passam e a história de Dama da Meia-Noite começa. Emma tem 17 anos e é parabatai de Julian Blackthorn, que no começo da história está com a família em Londres. Emma está convencida de que seus pais não morreram por causa dos crepusculares, pois eles foram marcados com símbolos misteriosos em seus corpos e jogados no mar, coisa que Sebastian não fazia. Emma dedicou esses 5 anos de sua vida para procurar o real assassino dos pais, sem sucesso.

 
Cristina e Emma divando!
O livro tem início com Emma visitando Johnny Rook, um humano com a Visão que trabalha no Mercado das Sombras. Rook é um trapaceiro, mas conhece os segredos de todo mundo e parece ter algumas pistas do que aconteceu com os pais de Emma, pois recentemente foram encontrados os corpos de criaturas do Submundo marcadas com os mesmos símbolos que os pais de Emma nas ruas de Los Angeles, nas chamas Linhas Ley, áreas de cargas mágicas poderosas.

Quando os Blackthorn voltam para Los Angeles, Emma está mais do que pronta para começar uma investigação seguindo estas pistas novas. Emma, Malcolm (o Alto Feiticeiro de Los Angeles) e os Blackthron são engolidos numa espiral de acontecimentos, batalhas, revelações e amor proibido que jamais imaginariam ser capaz de presenciar. Tudo com um clima de história de terror.

Esse livro sozinho conseguiu o que levou seis livros para que Os Instrumentos Mortais conseguisse:

01) Colocar uma amizade saudável entre garotas, sem inveja sem sentido ou slut-shaming. Emma e Cristina são duas personagens incríveis, e Cristina já se tornou uma de minhas personagens prediletas. Ela é divertida e leal, equilibrada e responsável, e ela e Emma tem uma amizade verdadeira rara de se ver nos livros YA;

02) Criar personagens diversos realmente interessante e bem desenvolvidos. A família Blackthron é demais. Julian é o mais velho (fora o Mark, que a princípio não está presente, e Helen, que foi exilada) e cuida dos irmãos mais novos como um verdadeiro pai, sempre se preocupando bom o bem estar físico e mental de todos os seus irmãos. Mark é um personagem bissexual, é gracioso e ama verdadeiramente sua família, além de ser um pouco deslocado. Livvy e Ty são irmãos gêmeos, mas são bem diferentes. Livvy é inteligente e mortal, Ty também é inteligente e quer ser detetive, é autista, e é definitivamente meu personagem favorito. Dru é a menina mais nova e adora histórias de terror, e Tavvy é uma criança de 7 anos muito curiosa e divertida que adora pirulitos (mas não corra com eles na boca!) e livros infantis;

Emma, a personagem principal.
03) A autora soube responder as perguntas que tínhamos na cabeça sem criar um suspense interminável por livros a fio (como a trama de Clary e Jace serem irmãos, Magnus e Alex e a imortalidade, Izzy e Simon que terminavam e reatavam toda hora, etc) mas também soube criar suspense para os próximos volumes da saga;

04) A autora tratou os personagens diversos da mesma forma que tratou os demais, e deu muita abertura e muitas cenas para personagens secundários com tramas secundárias, ao invés de apenar focar no casal principal;

05) Ela ainda aborda o famigerado amor proibido e triângulos amorosos na história,  não de forma infantil ou fetichizada, mas sim de forma que o que acontece é importante para o desenvolvimento da história.

Eu realmente adorei o livro, e tenho certeza de que a Cassandra Clare está percebendo as coisas que tem feito de errado com seus livros e finalmente está aprendendo a fugir dos clichês prejudiciais e tóxicos. Finalmente, o livro tem uma trama envolvente, reviravoltas bem construídas e conflitos que adicionam questões filosóficas à história, não estão lá só pelo drama.


Estou muito ansiosa pelo segundo livro!

 
                   

Um comentário:

  1. AMEI esse livro!!! Mal posso esperar para ler o próximo volume.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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