sexta-feira, 8 de junho de 2012

Resenha de Deslembrança, de Cat Patrick


Autora: Cat Patrick
Tradutor: Livia de Almeida
Editora: Íntrinseca
Páginas: 256

Sinopse: Toda noite, quando London Lane recosta a cabeça no travesseiro e dorme, cada mínimo detalhe do dia que viveu desaparece de sua memória. Pela manhã, restam-lhe apenas lembranças do futuro: pessoas e acontecimentos que ainda estão por vir. Para conseguir manter uma rotina minimamente normal, London escreve bilhetes para si própria e recorre à sempre fiel melhor amiga. Já acostumada a tudo isso, ela tenta encarar a perda de memória mais como uma fatalidade que como uma limitação. Mas, quando imagens perturbadoras começam a surgir em suas lembranças e London precisa, de algum modo, escapar delas, fica claro que para entender o presente e o futuro ela terá que decifrar o que ficou esquecido no passado.

Acho que o fato de muitas pessoas terminarem a leitura com uma sensação de vazio na cabeça é que o livro é muito curto. Ele é pequeno, poucas páginas, tem uma fonte enorme, o que só deixa a leitura rápida. Li ele em menos de três horas e uma frase que não saía da minha cabeça era: Perdi alguma coisa?

Não se enganem, Deslembrança é um livro muito bom. A proposta da autora foi incrível, mas acho que ela não desenvolveu muito a história. Ela deu um destaque muito acentuado ao romance de London e Luke, extremamente meloso e levemente desnecessário, e esqueceu a grande premissa do livro: uma menina que não se lembra da vida e que prevê o futuro.

Assim como o pai de Cat sugeriu, o nome do livro bem que poderia ser Ovos Mexidos com Presunto. A história é confusa a princípio, você não consegue entender direito como esse dom (se é que você pode chamar assim)funciona e nem no que ele pode ajudar London.

London não se lembra de nada do seu passado, mas tem espécie de visões do futuro. Sim, confuso até demais. Afinal, como uma pessoa assim tem uma vida minimamente normal? A autora simplesmente esqueceu que, a partir do momento que London tem a mente reiniciada, ela não deveria se lembrar de NADA, ou seja, ter uma mente infantil, que foi quando começou essa anomalia no cérebro dela.

Tudo bem, esse pequeno furo a parte, eu ficava imaginando como seria ela, por exemplo (isso não acontece no livro) acordar de manhã, virar pro lado e ler num bilhete: "O homem do seu lado é seu marido. Você está grávida de quatro meses. Vá dar comida ao Joseph (nome fictício), seu cachorro. Ele foi atropelado ontem. O velório de sua mãe é às 7h30min, não se atrase. Ah, sim, você foi atacada por um tubarão ano passado e não tem mais a perna direita!".

Bom, mesmo que London esteja convivendo com sua falta de memória há anos, ELA NÃO SE LEMBRA DISSO! Então como capetildos ela sabe por cima o que fazer da vida? Como sabe que há um bilhete esperando por ela? Como se lembra de matérias escolares, como faz prova? Como sabe o caminho de casa, senha em redes sociais, como???

E, mesmo que ela não saiba nada disso, ela tem uma vida normal, como se isso não a atingisse de forma alguma. Acho que faltou um pouco de drama em London.

Os fatos importantes foram pouco explorados, deixando pequenos dramas bobos como grandes protagonistas da história, como por exemplo a agima de London que não quer mais falar com ela ou sua mãe estar mentindo sobre seu pai.

A pior parte do livro é o final. Tudo bem, não é ruim, calma!! Mas o livro não tem final. Nas últimas 20 páginas a autora revela o grande drama da história, tudo é resolvido (por cima, por que nós não vemos a resolução!) e o livro acaba bem. Este foi um dos pouquíssimos livros que eu não invejei a protagonista por ter um poder legal. Realmente, sempre quis morar na Morada da Noite, ter a super inteligencia do Artemis, ter uma casa em Hogwarts, ser uma Caçadora de Sombras, mas eu JAMAIS iria querer ter o dom da London. Jamais mesmo. 

Tanto que eu torcia para que, depois que o drama do livro fosse resolvido, London entendesse o por que desse problema na memória e ela conseguisse consertar tudo de alguma maneira. Mas não, o livro terminou do mesmo jeito que começou, sem nos dar detalhes do Grande Drama da Vida Esquecida de London Lane.

Acho que faltou a autora desenvolver a história mas, fora isso, o livro é divertido de ler, engraçado e até te emociona em certas partes. O final completamente resolvido fica na imaginação do leitor, o que é um ponto forte e fraco ao mesmo tempo. Cabe a você ler e tirar suas próprias conclusões!

Pra finalizar a resenha: DEUS ME BELISCA QUE CAPA LINDA!

"Apesar do aperto no peito, que me faz odiar os passarinhos cantando e tudo o mais, sei que precisava ler isso hoje, e que vou precisar ler de novo amanhã. Para mim, ler é lembrar" - Pág. 194

6 comentários:

  1. Oi!
    Estou louco para ler este livro. Mas pelo que falam, talvez eu não goste do final.
    Sua resenha só me deixou mais curioso.
    Adorei a resenha.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  2. Nossa, eu estou muito curiosa a respeito desse livro. Ele me lembra "Como se fosse a primeira vez".
    Todo mundo tem dito a mesma coisa sobre o final, o que é uma pena. :/

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  3. Eu também achei que seria parecido com o filme, mas as histórias tem um ponto de divergência muito acentuado. A pesar do final, vale a pena ler o livro sim =D

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  4. Oi Nath!
    Vc gostou mesmo do livro apesar de o final pecar como muitos dizem por aí.
    Estou com muita expectativa com relação a ele,acho que será uma ótima leitura.
    Bjos Fabi
    http://roubando-livros.blogspot.com

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  5. Ah, é uma ótima leitura, leia sim =D

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